sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Sobre os cemitérios (!!!)

Adoro andar de ônibus (!!!). Sei lá, a gente tem desses gostos esdrúxulos, né? Mas é que no ônibus eu boto o fonezinho e desato a pensar. Acho que eu gosto mesmo é do devaneio, como o que tive uma noite a caminho da Augusta, faz um tempo já. Quando subia a Consolação, reparei nas esculturas do cemitério que, prostradas nos mausoléus, erguem-se acima do muro.

São bonitas e ao mesmo tempo mórbidas, lúgubres. Eu gosto. O interessante foi que a partir delas me peguei pensando na existência dos cemitérios. Todo mundo sabe o que é um cemitério, mas será que já parou para pensar no seu real significado? Um bando de corpos decompostos ou em decomposição sob a terra. E em uma fração de segundos eu me dei conta do quanto isso é... bizarro.

De repente não vi sentido alguma na existência de um depósito de corpos que já não possuem qualquer utilidade. Afinal, eles são apenas a materialização de algo maior, seja alma, personalidade ou simplesmente vida. Sem nenhuma dessas coisas são apenas carne e ossos, prontos para apodrecerem e alimentarem serezinhos nojentos debaixo da terra. São, praticamente, “lixo”.

Eu já simpatizava – e muito – com a idéia de cremação. Depois disso, ela passou a fazer ainda mais sentido para mim. Evita que espaço seja ocupado e eu fico pensando no quanto isso será útil no dia em que as previsões se concretizarem e o mundo tiver 9 bilhões de pessoas.

Eu sei, eu sei, existe todo um motivo religioso por trás do enterro e mais ainda emocional, já que para os vivos o túmulo é o elo de ligação com a pessoa morta. Eu seria muito insensível se simplesmente ignorasse isso. Mas no fim das contas não foi essa a razão que me fez aceitar novamente a bizarrice da existência dos cemitérios como algo normal. Foi o fato de que se eles não existissem sem dúvida alguma os filmes de terror e as lendas urbanas seriam mais pobres e chatos. Todo bom aficionado pelo gênero sabe do valor dos cemitérios nas histórias amedrontadoras. Esse, pra mim, é um bom motivo pro depósito de corpos continuar a existir. Dar emprego aos coveiros também.

(ó eu escrevendo sobre cemitérios...)

7 comentários:

Anônimo disse...

Não gosto de busão e nem de cemitérios. Se bem q no busão os pensamentos vão longe.

evaodocaminhao disse...

tb serve para fotografarmos e abrirmos fotologs:

http://www.fotolog.com/tumba_laca_tumba

adoro tirar foto em cemitério!

Tariana Hackradt disse...

eu adoro andar de ônibus também. mas só quando não tá cheio, que posso sentar, colocar o fone e deixar os pensamentos perderem o rumo. desculpa pra passar um tempo sozinha, acho.

e morro de medo de cemitério. também sou a favor da cremação. mas esse seu post me fez rir, só porque sei que você adora essas coisas esquisitas. hahaa.

Bruno Maçano disse...

e cemitérios são sossegados. eu entendo ALGUMAS pessoas que frequentam cemitérios.

Craudio disse...

Cemitérios são ótimos lugares para se relaxar. Menos os de cidade de interior, que dão um medo da porra...

Anônimo disse...

Eu gosto MUITO de cemiterios, esse da Consolacao em particular, ate hj qdo tenho um tempinho entro la pra dar algumas voltas, gosto da historia, dos tumulos antigos, tem varias personalidades enterradas la.

bj

Ju disse...

Eu não gosto de cemitérios e depois de adquirir meu próprio carro, passei a ter preguiça de transportes coletivos, no geral.

O lado ruim é que agora eu leio e durmo menos. Antigamente, essas eram as duas atividades eleitas para a hora do busão. Agora, já até tentei ler no trânsito, mas a fila anda sempre nas melhores partes...