terça-feira, 19 de junho de 2007

Coca-Cola e Mc Donald's, estou de volta

Dois mil marcou também o início do século 21 e do 3º milênio. Naquele ano, muitos acontecimentos mudaram a história do mundo, prenunciando um período conturbado e confuso. Para citar um: George W. Bush foi eleito pela primeira vez presidente dos Estados Unidos da América, o que dispensa comentários.

Reduzindo tanta significância à insignificância da minha vida, foi em 2000 que parei de tomar Coca-Cola e comer no Mc Donald’s. E por que isso é importante agora? Porque sete anos depois estou disposta a voltar atrás. Para explicar o motivo, gostaria de partir do princípio; é preciso ficar claro de onde tirei essas idéias.

Em 2000, fui trabalhar na empresinha dos meus tios para tirar um troco. Foi lá que conheci uma garota, feminista convicta e vegetariana, que me questionou se não seria um contra-senso ser socialista, tomar Coca-Cola e comer no Mc Donald’s, tudo ao mesmo tempo.

Discordei prontamente, mas a faísca da discórdia acendeu-se na minha cabeça cheia de princípios. Estaria eu indo contra eles? Após ler um pouco sobre ambas as empresas, cheguei à conclusão de que sim*. Não vou ficar discorrendo sobre, mas pela primeira vez havia notado o quanto Coca-Cola e Mc Donald’s tinham a capacidade de formar consumidores-zumbis, a clamar por “Coca, Big Mac” em vez de “Cérebro, cérebro”. Claro que não eram as únicas empresas a fazer isso, mas eram consideradas por muitos grupos de esquerda os símbolos máximos do capitalismo que eu tanto desprezava.

Hoje, entretanto, questiono tamanho poder. Simplesmente porque o capitalismo tornou-se ainda mais onipresente e onipotente. Está no meu trabalho, nas minhas roupas, no refrigerante de fabricação nacional, nas terras do agricultor. Está no mundo globalizado, onde para se tomar uma decisão no Brasil é preciso levar em consideração o mercado da China. Isso, pense na China. O país comunista abriu sua economia e agora produz e cresce como um formigueiro, exportando todo tipo de produto a preços tão competitivos que praticamente não encontram concorrência. Notou alguma semelhança com o capitalismo selvagem?

Diante disso, qual o sentido de seguir culpando duas empresas? Nenhum.

Ainda não coloquei um gole de Coca-Cola na boca e nem fui ao Mc Donald’s, mas isso irá acontecer em breve, num dia qualquer. Espero estar preparada, ter vencido o medo que dá mudar e deixar de lado mais que um valor, um hábito. Enquanto isso, contento-me com um copo d’água Cristal e um sanduíche aquecido no George Foreman Grill. Na TV, Evo Morales diz que Fidel Castro está bem. Ufa, vida longa a ele.

*Leia sobre as ações contra o Mc Donald’s comandadas por José Bové, candidato às eleições para presidente da França neste ano, ou sobre a campanha realizada no Fórum Social Mundial de 2005 contra a Coca-Cola. Nos sites de busca, há uma série de materiais com motivos de sobra para fugir de ambos.

8 comentários:

Bruno Maçano disse...

água crystal, mais um produto da coca-cola company!
=*

Tariana Hackradt disse...

eeeeeeee! eu lembro quando você me contou isso no sábado, e eu disse, 'ainda assim, você é a pessoa de princípios mais fortes que eu conheço'. hehe. conversa de bêbado, mas é real.

:****

Ju disse...

Caralho! Mal me contenho aqui de tanta alegria! Quer que a gente mude seu jantar romântico do Charm pro Mc? rs

Unknown disse...

Olívia, parabéns!
Mas nada mudou no "mundo globalizado" de 2000 para cá, mas tudo bem.

Fiquei feliz, sério.
Está convidada pra tomar uma coquinha e disputar uns campeonatos de arroto.

Um beijo, fique bem.

Anônimo disse...

Agora vamos ver se melhora outras coisas, como mudar de time, do gosto por sapatos escrotos, etc etc
hahaha

evaodocaminhao disse...

um nº 1 por favor

Anônimo disse...

Ah meu, qual a graça agora? Não poderei mais ficar fazendo vontade em você nos almoços em família? Onde me deliciava com um estupendo copo de coca-cola gelada e via que seus olhos brilhavam com aquela maravilhosa cena...
Por favor, me vê um nº1 sem o hamburguer...Só pão alface e molho...eo picles, é claro...

F@bi disse...

Não sei se vc ainda esse blog, mas sinceramente achei seu texto hiper interessante, aí postei no meu twitter.
Eu não sei por que existem anti-capitalistas, um cara que abre uma empresa que é conhecida mundialmente e consegue que as pessoas consumam quase que viciadamente é um cara de sucesso, é o sonho de todo empresário, me dê um bom motivo para abrir uma empresa e não querer que ela se desenvolva ao extremo?
Um anti-capitalista deve viver no mato, pois tv, internet, produtos industrializados nada mais são do que "males" do capitalismo.
Concordo que todos devemos ter principios, mas as vezes temos que quebrar uns velhos paradigmas.